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Por que é preciso refletir a dimensão social da fé na Quaresma durante a CFE?

Desde o seu primeiro ano de criação, a Campanha da Fraternidade traz para o tempo da Quaresma alguns temas pertinentes para serem meditados e refletidos em sinal de conversão. A superação do pecado em nossas vidas perpassa não apenas a dimensão individual e contemplativa, mas também social e engajada com os mais sofredores.


A partir do Papa Leão XIII, a Igreja Católica produziu uma série documentos que refletem a dimensão social e política, apresentando a maneira como esses assuntos se interligam com a vida religiosa. Com esses documentos, a Igreja nos ensina que não é possível haver conversão pessoal sem que haja simultaneamente uma conversão social, pois o centro da fé cristã é a doutrina da encarnação verbo, na qual Jesus de Nazaré, ao se encarnar entre nós, não assumiu apenas uma parcela específica da realidade humana, mas acatou e redimiu toda a dimensão histórica da força do pecado e da morte.


Sabemos muito bem o quanto as violências sociais estão presentes em nossa sociedade nas formas de racismo, feminicídio, homofobia e exclusões aos mais pobres. Muitos negros, mulheres, LGBTQI+, moradores em situação de vulnerabilidade lutam diariamente pelo mínimo necessário para continuar vivendo diante de uma realidade tão perigosa e que os ameaça o tempo inteiro. Todas essas situações mencionadas anteriormente são levantadas pelo Texto Base da Campanha da Fraternidade Ecumênica como problemas que precisam ser resolvidos com uma ajuda profética e misericordiosa que denuncie tais crueldades e proponha formas de superações inspiradas nos Evangelhos.


Isso significa que não é compatível com cristianismo ser conivente com formas de exploração e violência que tanto danificam e maculam a dignidade humana. Se somos chamados a participar e edificar o Reino de Deus (algo que já pode ser vivido aqui na Terra, mesmo que parcialmente), não é possível fecharmos os olhos diante das injustiças que nos cercam. É preciso diálogo e coragem para assumir o projeto missionário de Cristo que não se conforma com o sofrimento humano. Sendo assim, cabe aqui reiterar que o papel fundamental das igrejas não é apenas o de cuidar das almas, mas também dos corpos.


Não há como separar as dimensões espirituais e materiais, pois o ser humano é composto pela integridade de ambos. Cuidar da pessoa é cuidar de sua totalidade. Façamos a nossa parte!

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