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Como o diálogo proposto pela Campanha da Fraternidade pode se tornar um compromisso de amor?

Segundo o filósofo grego Platão, o diálogo entre duas ou mais pessoas, quando bem executado, é capaz de romper com os preconceitos para se chegar à verdade e ao conhecimento legítimo da realidade. Ninguém consegue alcançar a verdade por si mesmo, isoladamente, pois o outro funciona como um contraponto importante para se perceber as próprias contradições dentro de um discurso dialogal. Nesse sentido, juntos alcançaremos à verdade, pois só é possível construir conhecimento e soluções eficientes para os problemas de maneira coletiva.


Ao longo da história humana, o diálogo foi força motriz para a construção de direitos civis, deveres inalienáveis e superação de conflitos oriundos de guerras. Durante a sua vida pública, Jesus buscou, na maioria das vezes, dialogar com o povo de Israel a fim de anunciar o Reino de Deus. Os quatro evangelistas nos deixam muito claro que o projeto de Jesus é manifestado através de parábolas que se conectam com a realidade das pessoas, revelando o Pai amoroso através de uma linguagem dialógica. É muito comum Jesus perguntar, ao invés de impor; acolher, ao invés de julgar; ensinar, ao invés de ridicularizar.


Sendo assim, inspirada pelos gestos de Jesus, a Campanha da Fraternidade Ecumênica busca o diálogo como meio fundamental para se construir a cultura da paz anunciada pela Boa-Nova de Jesus Cristo. O Texto Base nos alerta que, em tempos de crises, é muito comum que pessoas mal instruídas criem falsos inimigos para justificar os problemas sociais. Sem o diálogo, corremos o risco de criar grupos isolados, fundamentalistas e violentos que acabam culpando alvos equivocados para a resolução dos conflitos.


No início de março de 2021, por exemplo, um jovem transexual foi brutalmente esfaqueado na cidade de São Carlos por cinco pessoas que se declaravam altamente religiosas e defensoras da fé. Além de esfaqueada, a vítima teve o seu cabelo completamente arrancado e suas duas orelhas cortadas ao som de que “gays não se salvam”.

Essa triste situação está muito distante do projeto de justiça anunciado por Jesus e nos mostra que a ausência de diálogo gera intolerância e que esta, por sua vez, desencadeia em violência. Portanto, façamos dessa Campanha da Fraternidade Ecumênica uma oportunidade de verdadeira conversão quaresmal rumo ao diálogo amoroso entre irmãos e irmãs não apenas na mesma fé, mas também na boa vontade!


Deixemo-nos ser conduzidos pela carta aos Efésios a uma reconciliação com Deus e com os irmãos, compreendendo a unidade na diversidade. Façamos parte desse compromisso de amor!

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