SEMANA SANTA: CORAÇÃO DA VIDA DE FÉ

Os cristãos sempre consideraram que a Igreja nasceu da Páscoa de Cristo. Na morte e ressurreição de Jesus manifesta-se todo o amor de Deus pela humanidade e se celebra uma nova e definitiva Aliança de vida e de salvação. Por isso, a Páscoa é o centro da vida e da fé dos cristãos. Todos somos chamados a participar da vida nova do Cristo ressuscitado, morrendo para o pecado e a todas as suas manifestações e consequências, e vivendo, desde já, como comunidade de amor e de comunhão fraterna. Esta é a missão da Igreja: testemunhar a nova criação que Deus iniciou no mundo, ressuscitando Jesus Cristo.
Para que esta obra pascal se torne sempre mais completa, a Igreja tem de vivê-la no serviço concreto aos irmãos e irmãs e precisa também celebrá-la na fé. Celebrando com fé e alegria a Páscoa do Senhor, alimentamo-nos neste dinamismo de entrega, de doação e de serviço para que todos vivamos vida nova: “Se o grão de trigo caído na terra não morrer, ficará só; se morrer dará muito fruto” (Jo 12,24).
Do Domingo de Ramos até a Quinta-feira Santa, completamos o grande retiro quaresmal iniciado na Quarta-feira de Cinzas. Com a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa à tarde, iniciamos o “Tríduo Pascal” da morte e ressurreição do Senhor. Na Sexta-feira Santa colocamo-nos em vigília de oração silenciosa e nos prostramos diante da cruz. O cume de todas as celebrações é a Vigília Pascal na noite do Sábado Santo, madrugada do Domingo. Esta Vigília se desdobra na alegria do Domingo da Ressurreição e nos cinquenta dias do Tempo Pascal, o Pentecostes sagrado, que é considerado como que um único e grande Domingo. Depois, durante todos os domingos do ano celebraremos este grande acontecimento de salvação, a morte e ressurreição de Jesus, a sua Páscoa. Cada vez que nos reunimos, no Dia do Senhor, no Domingo, dia da ressurreição, celebramos a morte de Jesus, proclamamos a sua ressurreição e aguardamos a sua vinda gloriosa.
Os simbolismos dos ritos litúrgicos destas celebrações constituem uma verdadeira catequese. Eles falam por si só e nos envolvem totalmente.
A nossa participação segue este ritmo: da aclamação festiva à reflexão silenciosa, do dom do Pão da Vida à traição de Judas, da paixão e morte à alegria da ressurreição. Passamos do Hosana no Domingo de Ramos ao silêncio da Sexta-feira da Paixão e, deste, à explosão da alegria no Aleluia da Ressurreição que toda Comunidade Eclesial eleva a Deus.
Vivamos, portanto, esta semana com muito amor, com muita fé e devoção. Por intermédio da internet ou da televisão participemos de cada celebração com o desejo sincero de associar a nossa vida à vida de Jesus – com todas os nossos sofrimentos, angústias, fragilidades, inseguranças e necessidades, mas também com nossas alegrias, realizações e esperanças. Celebremos a Páscoa do Senhor em clima de oração pessoal e familiar, com o esforço de conversão e dedicação fraterna. Cristo ressuscitado confirmará em nós a esperança de participar de sua vitória. Ele haverá de conduzir toda a humanidade no caminho da paz e da alegria para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância.